terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nonsense...Or not

Já tinha passado muito tempo, diria até que já tinham passado séculos…

Depois de todo este tempo as memórias estavam distorcidas, de tal maneira que não conseguia distinguir o passado do presente, a ficção da realidade, o imaginário do real.

Já não eram só memórias, eram memórias com uma pontinha de imaginação à mistura. Já não eram só saudades, eram saudades com tristeza e desespero à mistura.


O que existia em mim aliás, o que existe em mim não és tu nem a tua essência, (até porque nunca tive real interesse em mergulhar-me nela) é pois a memória da superficialidade do teu corpo, do reflexo do teu olhar, do teu sorriso brilhante…


Admito, o que quero é a superficialidade do teu corpo, ver o reflexo do teu olhar, observar o teu sorriso brilhante. Só e apenas isso.

Porém, até este meu pequeno desejo é inalcançável.

Porque tu fazes parte das minhas memórias e isto quando não és só parte da minha imaginação.

Porque tu já não existes e o meu desejo já não és tu.

Apetece-me enriquecer o meu vocabulário e para isso vou começar por escrever posts que tenham uma ou mais palavras do dicionário que são pouco utilizadas/conhecidas. E vou tentar utilizar essas palavras nos meus textos. Começo já por estas duas:

Desmistificar: denunciar um erro ou um engano.

Desmitificar: retirar o carácter de consagrado ou sagrado.

Gosto imenso da palavra desmistificar, tem um som bonito. =)

sábado, 7 de agosto de 2010

Sem preconceitos


Estava a andar de autocarro quando um senhor de raça negra sentou-se ao pé de mim. Eu não sou nada racista e tento sempre igualar a maneira como trato as pessoas. Sabendo que nem todas as pessoas são iguais e respeitando essas diferenças que existem entre nós.
O senhor que se sentou ao meu lado tinha um odor corporal muito forte, caracterizante da raça negra e ao sentir isso comecei a pensar na razão de ver tão poucos "brancos" misturados com "pretos" nas ruas. (ou vice-versa)


Para além de termos (Sociedade) criado um estereótipo da raça negra também as diferenças entre nós são visíveis e sentidas, e por vezes, não suportadas.

Sem preconceitos nem nada, eles não escolheram ser assim e nada o podem fazer para mudar. (E porque haviam de querer mudar? Quem é que me diz que o odor que para mim é um pouco desagradável para outra pessoa não é atraente?)
A Natureza é que decidiu que seriamos assim, provavelmente ela nunca se lembrou que um dia as raças iam estar juntas, nunca pensou que íamos sair dos nossos continentes e misturar-mo-nos.


Assim aconteceu e agora só temos de compreender e aceitar que existem pessoas diferentes de nós e não somos nós que somos melhores que ninguém, somos apenas uma das raças e um dos povos deste mundo, ninguém é melhor que ninguém. Todos temos algo a dar ao mundo e o mundo tem algo a dar a todos nós. Cabemos cá todos e somos todos merecedores de um cantinho.

O mal não está na mistura, o mal está na mente das pessoas e na receptividade à diferença (que nem sempre é muita).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Coisas curiosas III

No outro dia fui a um concerto sozinha. E estava convencida que ia adorar ir pois adoro ouvir o músico em questão. Mesmo sozinha pensava que ia ser espectacular.
Realmente foi bonito e gostei mas... Houve uma altura em que olhei para a lua cheia, fechei os olhos e ouvi a música e pensei -
Quase mágico, quase mágico.

Faltava alguém para dar a mão, alguém a quem pudesse sorrir e comentar o quanto aquela música tinha sido linda, alguém que sentisse a magia comigo, alguém com quem partilhar o momento.

É simples a conclusão de hoje, nunca se está em sintonia com a vida quando se está sozinho/a, quanto muito está-se em sintonia com o nosso mundo. (Que sabe sempre a pouco.)

Acordar para a vida VIII (último)

"Quando terminou a única coisa que me ocorria era toda a noção do próprio eu, o que somos, é apenas esta estrutura lógica. (...)
Relacionar-me com as pessoas. Era só isso que interessava."