segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mundo belo, cegueira humana


Existe uma beleza neste mundo que me ultrapassa e ao pé dela sinto-me pequena e inútil. 
Quero tocar nela, chegar até ela, infiltrar-me no seu conteúdo e forma. 
A beleza da natureza deixa-me emocionada e com a alma encharcada de um qualquer sentimento que não sei bem explicar qual é. 
Não consigo perceber como é que nós, humanos, nos transformamos neste tipo de robot que se levanta, come, e faz a sua rotina todos os dias igual sem apreciar a beleza que o mundo tem nas suas principais bases:  
o maravilhoso sol, o grandioso mar, a fantástica lua, o incrível pasto verde com os seus magníficos animais, o adorável vento, os pássaros a voar, os peixes a nadar, as formigas a trabalhar...
Os próprios sons da natureza são inexplicavelmente transcendentes, as palavras serenidade e paz são pouco para os descrever.
E nós, míseros humanos, não sabemos apreciar nada disto preferindo ficar enfiados em quatro paredes a olhar para uma máquina desprovida de vida. 
Já são poucos os que procuram sentir o mundo a pulsar sangue e que conseguem transformar-se a cada segundo que passa.

É um privilégio puder sentir o mundo, é um privilégio estar aqui, agora. 
E por ser um privilégio, uma prenda da vida, tenho vontade de derramar lágrimas não só dos olhos mas do coração.
Por ser tudo tão belo e ter-me sido dada a capacidade de ver, ouvir e sentir sinto-me abismalmente privilegiada.  

Estamos tão cegos, esta raça anda tão cega que já não sabe viver nem transformar-se a si própria a cada segundo que passa. 
Deixámos de ser um pedaço da natureza.
  E isto é o que mais me entristece e choca deixando-me com um sentimento de frustração que, por momentos, me devora inteira:  
mente, corpo e espírito.