domingo, 17 de fevereiro de 2013

História surreal

Tu pensas que já tinha acabado.
Pensas que o ponto final está dado.
Depois vem a nuvem negra,
E tu suspiras...
 Tentas pôr ao menos uma vírgula,
 Continuando a escrever a tua história.
Apercebeste que já nada escreves,
Que as palavras são fúteis e sem significado,
No entanto continuas a tentar.
E lá colocas o que pensas ser o ponto final definitivo.
E é o,
durante dias, semanas, meses, anos...

Até um dia em que volta tudo outra vez

Tu entendes, nesse momento, 
que não existem pontos finais
existem apenas vírgulas e reticências...
E que o fim,
 esse,
 não existe
Existe apenas o começo,
todos os dias,
a todo o momento,
até te cansares de escrever
e morreres de tédio desta história surreal 
a que chamamos vida
 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Aqui e agora



Os desejos de uma vida,
Não são estáticos,
As nossas crenças,
Não são certezas.
As amizades e as pessoas,
 não são dados adquiridos.

O sol não brilha,
Sempre para o mesmo lado.
o vento não sopra,
sempre na mesma direcção.

O que somos,
Não é certo.
E o certo nem sempre,
é o oposto do errado.

O que tu queres agora,
Não vais querer amanhã.
O que tu gostas hoje,
Vais, um dia, deixar de gostar.

O importante,
Vai deixar de ser essencial.
E vais perceber, no fim,
Que afinal nada percebes.

Que as certezas não existem,
Que o mundo não é só novelas,
Que as pessoas te vão enganar,
Que os melhores e mais importantes te vão decepcionar,
Que os vais desculpar,
E vão-te voltar a enganar.
E claro, vai-te custar,
Mas vais acordar,
 e vais melhorar.

E é assim.

Tudo o que existe,
É este momento:
Aqui e agora.
Se deres valor a isso,
Entendes tudo,
Ou melhor,
Entendes que não precisas de entender.

Passarás a viver,
A sorrir,
A gargalhar,
A sentir,
A amar…
E a saber te levantar,
Após cada queda.            AR

Sem mim



Perco o teu rasto,
Deixo de te ver,
És um mundo tão diferente,
Que anseio em te conhecer.

Sinto o teu respirar,
É diferente do meu,
Apaixonaste-te pela vida,
E a razão não sou eu.

Triste podia ficar,
Mas limito-me a sonhar,
Que um dia faça sentido,
o acto de respirar.

Deixei de me interessar,
Quando o sol se pôs.
Sem luz,
sem calor,
Não sinto.
É igual,
 sem o teu amor.

A esperança existe,
O sol nasce amanhã,
A necessidade do teu toque,
É efémera, meu amor,
porque tudo passa.
Amassa mas passa.


Segue o teu rumo,
Luta pelo teu mundo,
Respira sempre assim.
Eu fico com a memória,
E essa é só para mim.

Adeus meu amor,
 Fica com uma parte de mim em ti.
E sê, mesmo assim,
feliz,
Sem mim.

Sim?

AR