quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Saudades de Ser

Antes escrever libertava. Tantas vezes a vida não fazia sentido e ao escrever parecia que tudo ficava mais fácil, menos complexo.
Agora escrever custa. Custa mais que muitas coisas complicadas. E não liberta; aprofunda e sufoca.
Sei que o que mudou não foi a escrita mas sim a visão, o toque, a amargura, a falta de esperança, a falta de tempo, o viver. Sei que vivi mais. Porém, a vida não teve grande significado. Tinha mais antes, em que as palavras tinham sentido, a dor era analisada, as histórias eram contadas. A escrita trazia-me algo de transcendente que aliviava-me, alegrava-me, sustentava-me. 
Agora não sei. Agora parece que as palavras não gostam de mim, não consigo ver para além do óbvio, escrever para além do básico. 
Por um lado parece que já escrevi tudo o que interessava. Como se não interessasse escrever mais nada. 
 E no entanto, tantas vezes olho para uma paisagem e apetece-me descrever todas aquelas cores, tantas vezes vejo sofrimento alheio e apetece-me arranjar palavras para o expressar, tantas vezes a vida traz-me surpresas e eu gostava de as passar para papel. Como se só assim houvesse uma confirmação que tudo aconteceu, que estive ali, que vi aquilo, que senti, que estou viva. No entanto, já não o faço. Penso nas palavras e perco-me.
Perdi-me sim quando parei de escrever, quando parei de analisar, quando parei de pensar. Não pensar, não escrever, tornou a minha vida um conjunto de acontecimentos ao acaso, sem qualquer sentido ou significado. Não estou arrependida, vivi outras coisas, mas não é aquilo que quero ser, não sou essa pessoa.
Quero voltar a escrever, quero voltar a ter aquela inspiração que me fazia ser mais quando não havia nada na vida exterior. Quero voltar a saber expressar o vazio. Sabendo agora que o nada tem muito mais para dizer que o tudo. O tempo faz falta, ter tempo faz falta, sofre-se mais mas no fundo é-se mais. 
Tenho saudades de ser.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

 Someday you will find happiness... Someday somebody will love you so much that will make you believe again that life is not only about a sad ending, it can end with a happily ever after. It can but we cannot stop believing. And yes sometimes we are going to believe in the wrong people and things...

 How can I feel better if I know that I broke you heart in one million pieces? There is nothing that I can do or say that will make everything better and that fact kills me inside everyday every time I think about you...
There is no words to express how much I wished that it was me suffering instead of you...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O Valor da Vida

Apeteceu-me fugir.  Fugir é uma das coisas que faço melhor.
Comecei a pensar para onde é que ia e decidi-me por uma parte da costa que ainda não conhecia. Peguei na minha scooter cor-de-rosa e sem saber o caminho exacto meti-me à estrada.
 Sorria enquanto conduzia,  fugir para o desconhecido sempre me deu prazer.
Voltar é me tantas vezes doloroso.
 Comecei por entrar em todas as vilas costeiras que ainda não conhecia.  Porém,  era mais do mesmo.
Depois de passar por algumas vilas comuns, descobri as praias mais escondidas onde à volta só se via montanhas, árvores,  rios, espaços naturais com pouca acção humana. Tendo apenas ruínas,  muitas ruínas.
Portugal é um país perdido no tempo com pessoas perdidas na vida. Nunca sabemos bem quem somos ou o que queremos. Temos dificuldade em afirmarmo-nos como Povo, preferimos misturarmo-nos com outras pátrias e tornarmo-nos invisíveis.  Podendo isso ser um aspecto negativo nosso, também tem o seu lado positivo. Eu adoro ruínas.

Após muita diversão a subir e descer os montes com a minha bela scooter, parei numa praia que se encontrava no meio de dois montes. Para que se tornasse mais acessível tinham construído uma estrada e um parque de estacionamento. De resto era uma praia no meio de pura natureza.
A primeira coisa que reparo é nas duas casas semi-destruídas que deixaram à entrada da praia, sorrio e fico feliz ao pensar que no passado viviam ali pessoas, que abriam a porta e estavam a 3 metros da praia. Pensei que as pessoas deviam ter sido felizes.
 Olho à volta, sorrio mais uma vez por haver pouca gente na praia e estendo a toalha.
Deixei passar umas horas e decidi voltar à estrada. Ter uma scooter no verão é melhor do que ter um carro.
Entre subidas e descidas e mais vilazinhas costeiras encontrei uma Vila mais natural, com menos casas. Segui a placa que indicava: Praia da Figueira. Uma estrada minorca no meio de uma paisagem cheia de contrastes era o caminho para esta praia. Mais ruínas e uma casa antiga que parecia ter vindo de outro país era o que se encontrava na entrada desta estrada.
 No final da dita cuja cheguei a um local onde estavam alguns carros estacionados e havia um sinal a indicar que a partir dali só podiam passar peões e bicicletas.  Olhei para a minha adorada scooter e pensei: Isto é quase uma bicicleta. E lá fui.
Até ao ponto em que o caminho tornava-se demasiado estreito e cheio de pedras para o meu veículo poder passar. Estacionei e comecei a andar.
A paisagem à minha volta era maravilhosa; montanhas e verde e verde e montanhas... Quando vislumbrei o areal sorri instantaneamente. Tinha um lagozinho no início da praia; um paraíso escondido.
Olhei para o mar e havia ondas! Que saudades que eu tinha das ondas. Esta praia, ao contrário da outra, não tinha tantas pedras no mar o que me deixou contente.
Não conseguia estar parada portanto comecei a andar. Vi que havia outra praia depois de algumas rochas e quis ir ver como era.
À primeira vista era na verdade só mais uma praia, dei mais um mergulho, vi umas pessoas nuas, olhei para o fim daquela praia e pareceu-me que havia outra depois de mais algumas rochas, lá fui eu. Entrei no mar e como a maré estava relativamente baixa e o mar ficava-me só um pouco acima da cintura continuei a andar.
 Após uns bons minutos apercebi-me que a praia seguinte não estava propriamente perto. Olhei para trás e pensei: Bem agora já estou aqui. E continuei.
 Quando cheguei à última praia não se via nem uma única pessoa. Por momentos tive uma sensação de solidão a percorrer o meu espírito mas quando me virei para o mar imenso qualquer sensação negativa que tinha desapareceu.
Cheguei ao fim daquela praia e vi um pedaço de areia intacto, senti-me logo inspirada: "Tenho em mim todos os sonhos do mundo" O Fernando Pessoa havia de gostar. Alguém há-de gostar.
Voltei para trás.  Olhei para o mar outra vez e fiquei parva como ainda não tinha reparado que estavam a saltar peixes por todo o lado. As ondas que tinham a água cristalina eram as mais lindas de sempre em que se via os peixes nelas como um oceanário que tem tudo de oceano e nada de aquário.  A partir daí não consegui parar de sorrir.
 É lindo ver os peixes e as pessoas a coabitarem no mesmo espaço em harmonia.
Ainda meio parva com este fenómeno que é natural mas já tão raro de ver voltei para a minha toalha, sentei-me olhei em volta e lembrei-me: "Tenho em mim todos os sonhos do mundo." :)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Formigas

É engraçado como somos um ser completamente fucked up do sistema.

Eu rio-me porque não vale a pena andarmos com traumas, stresses e picuinhices. Não vale a pena porque as pessoas são o que são e nós ou as aceitamos ou metemos à borda do prato. Não vale a pena andarmos com juízos de valor nem a pensar no que é politicamente correcto.
A vida dos outros será sempre a vida dos outros e nós só temos de ver o que queremos para à nossa e seguir em frente com um sorriso na cara. Se os outros quiserem estragar a vida deles ou torna-la um ninho de cucos é opção deles, nós fazemos a nossa, sendo que só somos engulidos por tudo isto se nao tivermos força suficiente para dizer "Não" e tendo a força suficiente para ir na direcção oposta ao resto da multidão. O que não sendo fácil acaba por acontecer pouco tornando-nos seres previsivelmente fracos.

Por mais que queiramos ser superiores somos tantas vezes formigas. Uns atrás dos outros, fazendo o que os outros fazem, sendo o que os outros são. Só mais uma formiga, só mais uma pessoa, ninguém. Somos tantas vezes ninguém que assusta.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Teorias da Razão (o essencial)

Mas quantas vezes é que o conforto é viver uma vida monótona? 

Sentimentos e emoções que deveriam ser o que comanda a vida.

Como se fossemos um género de espécie sagrada mais valiosa que a própria natureza. Que a própria natureza...

a partilha.

O resto são pormenores. 

confundimos tudo

E por racionalizarmos tudo é que não percebemos muita coisa.

 
 
um daqueles abraços onde cabia o mundo

o suficiente.   

=´) 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Change is a law

If you don’t get what you want, you suffer; if you get what you don’t want, you suffer; even when you get exactly what you want, you still suffer because you can’t hold on to it forever. Your mind is your predicament. It wants to be free of change. Free of pain, free of the obligations of life and death. But change is a law, and no amount of pretending will alter that reality.”
— Dan Milman