Não tenho a certeza de muita coisa nesta vida, mas estar na casa dos trinta e, finalmente, ter encontrado quatro amigas que são como irmãs é talvez o melhor presente que a vida me podia ter dado. Sofro um pouco sabendo que todas elas vivem tão longe, embora queira muitas vezes gritar a sorte que tenho pelos nossos caminhos se terem cruzado. Todas elas tão diferentes, no entanto, sinto que juntas, é possível que contenham o que eu sou. Por um lado o optimismo, por outro o ser prática, por outro prisma o ser meio-louca e por fim o querer estar em todo o lugar e mesmo assim querer encontrar alguém que nos acompanhe no movimento, no bicho-carpinteiro.
Vejo cada uma de vocês na minha mente, volto às nossas últimas conversas e há uma luz difícil de apagar. Impossível pensar em vocês e não esboçar um sorriso. Sinto que cada uma de vocês adicionou à minha vida mais do que alguma vez poderia ter imaginado. A E. por ser um absoluto raio de sol, que tem um amor à vida extraordinário e que continua a seguir o seu coração, sem se interessar por o que os outros dizem que devia ou não fazer. A H. pelo seu coração puro e pela sua simplicidade que sempre nos leva de volta às coisas mais importantes da vida: o agora e as pessoas à nossa volta. A Ad. que com a sua posição na vida grita a meio mundo que cada um de nós pode ser o que quiser e fazer o que nos der na gana, e mesmo assim podemos filosofar sobre possíveis futuros e falar o quanto está tudo fucked up, ela mostrou-me que podemos ser fortes e, ao mesmo tempo, as criaturas mais frágeis à superfície da Terra. A An. que me provou o quanto não sabemos nada uns sobre os outros até alguém abrir a porta, até alguém abrir a cortina, até alguém mostrar um pouco da sua pele, o quanto podemos ser diferentes e mesmo assim estar lá umas para as outras, o quanto ouvir é importante, o quanto a vida é para não desistir, mesmo quando o nosso passado e a nossa mente não nos facilitou o processo.
Acho quase inacreditável o quanto aprendi com todas elas. Fico a pensar muitas vezes como era a minha vida sem elas, e merda, era muito pouco. Só de pensar que todas estas amizades têm menos de 4 anos, fico incrédula, pois sinto que as conheci toda a vida, sinto que todas elas são parte de mim.
Se um dia deixarmos de falar por alguma razão sei que se as voltar a encontrar será uma alegria imensa, será como voltar a ver um pedaço da minha alma.
Vim agradecer. Sinto-me extremamente sortuda e acredito piamente que foram elas que fizeram com que me tornasse uma melhor pessoa, sei que tenho mais confiança em mim por causa de vocês, com vocês consigo melhorar o que sou sem deixar a minha essência. É interessante que já nem me lembre quem era antes de vocês aparecerem na minha vida. Nunca vos poderei agradecer devidamente.
Espero que tenha oportunidade de vos ver e abraçar várias vezes ao longo da vida e espero que saibam o quanto são importantes.
A transbordar.
Em dias como este penso o quão ridícula é a minha insatisfação em relação a tudo o resto.
Em dias como este, sinto, genuinamente, its enough.
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AR