sexta-feira, 7 de junho de 2024

Recuso-me

 Interessante.

A mudança de estados de espírito. 

 Ontem, hoje e amanhã podem ser exatamente iguais: o mesmo desespero; a mesma alegria; ou podem ser tão diferentes como o planeta Terra e Marte. 

Por vezes sinto que não controlo absolutamente nada, nem mesmo as minhas ações. Sinto que tudo se movimenta ao sabor do vento, depende se o sol brilhar mais ou menos, se encontrar pessoas a sorrir ou a gritar, se falo com as pessoas certas, se ouço as palavras mágicas, se aparecem os pensamentos positivos, se tenho bons sonhos ou pesadelos ridículos na noite anterior...

Logo, se tudo é tão maleável, esporádico, fugidio, efémero, aleatório... então... nada precisa de ser nada. A importância que podia tudo ter, resume-se a emoções que não são permanentes. E se nada é permanente, por que me chateio? Por que vou aos extremos tantas vezes? 

Mas não, recuso-me a neutralizar, a apatizar, a serenizar.  Merda para isso.

Quero acreditar que a moral do que a nossa alma diz que é importante, é realmente importante. Quero acreditar que a magia pode durar um pouco mais. Quero acreditar que um sorriso genuíno nunca deixará de ter sido genuíno, mesmo que seja só uma memória. Quero acreditar que apesar de tudo e do que nos querem fazer pensar, nem tudo precisa de ser passageiro. E mais importante do que esperar pelo bom, pela felicidade, pela alegria, pela magia, o mais importante é construirmos um mundo nosso que faça sentido para nós próprios.

Tudo muda, mas a nossa essência deverá ser só uma e mantê-la tornou-se o maior desafio dos nossos tempos, ao mesmo tempo que o mais crucial de todos para que nos mantenhamos sãos neste mundo lunático em que vivemos.

AR


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