“Os jovens hoje vivem num presente perpétuo.”
“São incapazes de parar para pensar. (…) Há 20 anos, se lhes apresentava um problema difícil, era um desafio. Agora desistem. Ou começam a dizer hipóteses, como se fosse um concurso de televisão. A ideia que têm é que fala bem quem fala depressa, quem pensa e por isso demora um pouco mais não é bem visto. Não estão interessados. Não gostam de desafios. Não são obsessivos.”
“E, no entanto, os jovens são os menos culpados deste estado de coisas. Há as permanentes alterações do sistema de ensino – “as aulas de uma hora e meia, por exemplo, deixa-os saturados” -, as expectativas dos pais, o “bombardeamento diário com informação.” Tudo isto conduz a uma dificuldade de concentração. Ler um livro exige muito tempo, por isso lêem os resumos. “Querem tudo logo muito rápido.” Tudo o que demore “é chato, é uma seca”.
“É um erro pensar-se que as universidades vão preparar pessoas para o mercado de trabalho. O que é preciso é preparar jovens que sejam capazes de reflectir.”
“O Problema de Portugal é ter demasiada gente a fazer o que não gosta, a pensar nas férias da vida, ou na reforma da vida, para ir ser aquilo que gostaria de ter sido.”
Excertos do artigo As elites já não querem estudar letras da Revista Pública de 08.05.11
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