sábado, 2 de novembro de 2013

Tantos outros.


  O teu desaparecimento sem sequer teres dito Adeus, as vozes deles ignorantes e com uma tal falta de conhecimento pela vida, ela a finalmente ter sorte e a ver uma vida verdadeira à sua frente, ela a juntar-se a nós num patamar da vida chamado: trabalho.

Gosto de escrever sobre os outros, os pormenores das suas vidas, o porquê de existirem, com quem se dão, se são felizes, o que os faz felizes... Os outros... Entrar na sua mente, na sua pele, fingir que sou o que eles são, o processo de ser outro alguém, o quê pensar, o quê fazer... É sempre diferente. Somos todos diferentes. É fascinante ser sempre diferente. 
Portanto os outros. Tentar outra vez entrar nesse mundo que não é meu, é de alguém que não eu, existe fora de mim. 
O que faço é torná-lo meu, é ser eu, é existir dentro de mim também. 

No entanto... O eu...
O teu desaparecimento devia ser algo sem importância, tu és algo sem importância, mais um como tantos outros e no entanto... És o que mais entra, o que mais interessa, o que mais me faz sentir. E o que é que sinto? O mesmo do outro dia. O mesmo de sempre.
Entendo uma parte de ser-se mulher com isto. Não dá para ser passageiro por mais que queiramos, tudo fica, tudo se guarda, tudo tem importância.

Odeio ser mulher.

Ser outro, ser outra.
O fugir e cortarem-te as pernas.
O querer e ser difícil.
O toque que é sempre inesquecível.
O viver, o estar-se vivo, o movimento, a sensação.

Adeus...(e um sorriso)
E um sorriso...

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