As memórias são traiçoeiras, tanto podem deixar saudades como podem desaparecer em 5 segundos. O tempo anda sempre a saltar entre ser nosso amigo e nosso inimigo. Os sentimentos brincam connosco a toda a hora, riem-se da nossa cara e ficam quando não os queremos por perto, vão-se embora quando até gostaríamos que ficassem. Os hábitos tanto nos fortalecem como nos enfraquecem. Os amigos não são eternos por mais que gostaríamos que fossem. O carinho, a solidariedade, a paixão, não estão sempre presentes. Porém, o mal, o ódio, a raiva, a indiferença também não ficam para sempre incrustados na nossa alma.(Se nos soubermos libertar deles) Somos uma parte disto tudo. Das memórias, do tempo, dos sentimentos, dos hábitos, uma parte dos nossos amigos, das pessoas que passaram por nós, das coisas boas, das coisas más. Somos demasiado. E no entanto, se sentirmos com o coração percebemos que é tão pouco aquilo que realmente interessa. E tem sido tão pouco o valor dado a essa pequena parte da vida que está escondida em nós. Damos valor a tudo menos àquilo a que devíamos dar.
Aqui e agora vejo que não há nada mais importante do que momentos.
Tantas vezes momentos que duram segundos, alguns momentos que duram minutos, poucos duram mais do que isso. Momentos que eternizam-se em nós e relembram-nos o porquê de estarmos vivos.
Um olhar.
Um pôr-do-sol.
Um sorriso.
Um arco-íris.
Um abraço.
Uma flor.
Uma gargalhada.
Um silêncio.
Uma luz.
Um toque.
Um cheiro.
Um momento.
Momentos.
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