domingo, 12 de novembro de 2017

A Loucura é a verdade.

Vivo como se fosse ar. Saio de mim tantas vezes. Existo sendo partículas de passado e futuro. Tantas vezes não o meu passado, muito menos o meu futuro.
Partículas que sabem tudo e por isso sabem que é tudo irrelevante. Viver é irrelevante.
Todos estes detalhes humanos são irrelevantes.
Analiso tudo e saio da pele humana. Não me reconheço neste mundo.
Procuro pelo sentido. Quanto mais procuro mais me perco.
É tudo tão imperfeito e vazio.
Haverá um fim. É tudo constituído por fins e começos.
Não existe uma linha, um caminho, um sentido. Somos nada. Demasiados nadas.
Estou fora de mim e só assim me reconheço.
Quero largar o meu corpo.
Sinto tanto e ao mesmo tempo tão pouco. Viver é tão difícil.
O sofrimento de existir. De ter que lidar com elementos que não compreendo. De ter que lidar com a extensão da compreensão do mundo, em suma a soma das incompreensões de se ser humano. Não poder olhar o mundo e a vida de outra forma sem ser o olhar de um humano. O estar preso a este corpo e por isso ser tão pouco, o saber tão pouco.
Não quero existir assim. E a única esperança é desconectar.

Ser, não ser. Respirar, expirar. Fechar os olhos. Abrir a alma. Desaparecer.
Estou e não estou. Grito, estou em silêncio. Sorrio, quero chorar.
Tento entender. Não há nada para entender.O caos comanda isto tudo.
Exausta do limbo.

AR

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