A inspiração está principalmente nos sentimentos mais profundos.
No entanto, esses trazem muitas vezes memórias e sensações que nem sempre são fáceis de gerir.
Em tempos escrevia sobre tudo o que estava cá dentro, fosse bom, mau, íntimo, sem sentido, complexo...
Agora a sensação é que nada vale a pena. Nada é importante. A maior parte do que quero dizer, já o disse. Sinto muitas vezes que não há nada de novo. Porém, com a quantidade de mundos novos que vivi nos últimos anos como não há nada de novo? E depois lembro-me de ti. E de todas as pessoas que conheci depois de ti. Tantas... E sei que a resposta é clara. Não voltei a amar. Logo não há nada a dizer.
Todas as aventuras que vivi, todas as histórias mirabolantes experienciadas, todos os desconhecidos que abracei, todas as conversas sobre o tudo e o nada, todos os sorrisos que vi, todos os corpos que toquei, as paisagens que absorvi, as línguas que ouvi, tanta coisa que aprendi, o quão hoje sou radicalmente diferente do que era há 9 anos...
Tento analisar o que senti todos estes anos. E apesar de ter sido tudo incrível e não trocar nada do que aconteceu, sei, que faltou alguma coisa.
Depois de ti, sempre estive só. Não voltei a sentir-me acompanhada.
É difícil admitir isto. É, na verdade, uma merda admitir isto. Porém, quando o que queremos comunicar é a nossa verdade, não devemos ter vergonha de o gritar, se necessário.
Não te quero de volta, longe disso. Espero do fundo do coração que sejas feliz e que saibas que te recordo com carinho.
AR
Sem comentários:
Enviar um comentário