Somos novas e no entanto já sentimos uma idade que não temos. Já passou algum (demasiado) tempo desde a nossa última saída.
Pegamos no nosso amor de amigas e decidimos ir passear; almoçamos, passeamos, falamos, vamos ao cinema...
Decidimos que não queremos que o tempo ou o cansaço ou a preguiça se apoderem de nós, decidimos ir sair para dançar e ver pessoas (homens) e ter a vida que em tempos tivemos e agora já não temos.
Vamos e a noite ficou aquém do que queríamos dela. A música veio tarde e não surpreendeu, os homens não se deslumbraram connosco, nós não nos deslumbramos com eles... A única coisa que não desiludiu foi o álcool, esse está sempre lá para o que der e vier.
No fim parece que nos demos a tanto trabalho para nada no entanto, o que fica na memória é aquele momento de euforia quando finalmente decidimos dar um passo em direcção ao desconhecido.
Há sempre um risco inerente, nem sempre resulta como queremos. Porém, aquele momento em que só nos temos a nós e o destino, aquele momento de riso e gargalhada, aqueles momentos em que somos simplesmente nós à procura de algo mais que encaixe na nossa realidade, são momentos pelos quais vale a pena viver. Mesmo que nunca haja mais nada, mesmo que todas as noites acabem como aquela acabou, não faz mal, sabes porquê? Porque temo-nos uma à outra e isso para mim é insubstituível e sem preço.
Amor pode ser tanta coisa e quando dizemos que ele não faz parte das nossas vidas, enganamo-nos pois se realmente ele não tivesse presente numa ou noutra parte de nós, já não estaríamos vivas.
Nós ainda estamos vivas.
Vais ver que um dia tudo fará sentido porque quando olhamos para a nossa amizade já faz.
Sem comentários:
Enviar um comentário