O significado da palavra Gostar na nossa sociedade é, por
vezes, perturbador. Não sei se quero continuar com isto, pois não sei se
não existirá uma melhor maneira de amar, de viver o amor.
Talvez
coloquemos nesta pequena palavra um peso demasiado grande, um peso que
ela nunca pediu. Talvez seja hora de respirar fundo e de amar mais
amando menos. Eu não sou tua, tu não és meu. Não somos objectos e nascemos livres. Já viste que sorte? Porque queremos todos ser aprisionados pelo amor? Para mais tarde sermos aprisionados pela dor?
Vivemos
de prisão em prisão sem sabermos sequer que estamos enjaulados. O nosso
pensamento é sempre igual sem sequer ficarmos preocupados com isso.
Passamos dias, semanas, meses sem aprender nada de novo, repetindo o que
já sabemos: os mesmos gestos, as mesmas expressões, o mesmo raciocínio
over and over again. Como se fossemos robots. Mas eu acho, acho, que ainda não somos robots.
Devíamos reestruturar tudo. Virar tudo ao contrário e pensar outra vez. Toda a minha vida pensei isto, porquê?, Quero continuar a pensar isto ou quero pensar de outra maneira?, Toda a minha vida fiz isto desta maneira porquê?, Não quero eu experimentar outra forma?
Há pessoas irritantes que fazem perguntas a toda a hora, Sabes
porquê é que aquela rocha está ali?, O Horizonte está com umas cores
incríveis devido ao quê?, O teu nome veio de onde?, És feliz?, Quem és
tu?, Quem sou eu?, O universo é mesmo infinito?
Porém, é essa
curiosidade que as faz irem mais longe, saberem mais, serem mais e
viverem mais. O que é que isto tem a ver com o amor? É simples. Se não
pensarmos de outra maneira, não conseguimos sentir de outra maneira. E
viveremos para sempre presos num conceito de amor que não foi escolhido
por nós foi-nos imposto. E nós nem nos apercebemos.
Tudo isto para quê? perguntam vocês. É uma boa pergunta.
Tudo isto para sublinhar o
quanto ficamos presos no que achamos ser uma prioridade quando não o é.
O amor é apenas um extra, algo que complementa a vida e não a vida em
si. O amor não deveria ser nunca a vida em si. A vida é muito mais
do que isso. O amor é um conceito gasto que há muito tempo que devia ter
mudado de definição.
Amar devia ser leve, precioso e limpo. Olhamos
para a história da raça humana e já nem sabemos quando é que essa
definição fez realmente sentido. Porém, sei que em partes deste mundo
ainda faz, sempre fez. Aos poucos, todos nós mudamos, aos poucos alguns
apercebem-se de tudo isto que estou a escrever, aos poucos vamos
aprendendo a amar outra vez.
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