É interessante como passamos uma vida inteira a investir em relações com pessoas que consideramos que sabem mais sobre nós que todos os outros, que nos entendem como mais ninguém entende. Anos de amizades que nos deixam ir sendo felizes por não estar completamente sozinhos neste mundo que tem tanta gente mas tão poucas pessoas de verdade.
É preciso conhecermos mais pessoas, viajarmos, explorarmos, sem medos, sem receios, para descobrirmos algo que nos deixa sempre virados do avesso.
Para descobrirmos que existem desconhecidos que em 5 minutos descobrem mais sobre nós do que alguns amigos de anos, descobrem quem realmente somos, de que matéria somos feitos.
Ou então aparecem-nos na vida pessoas com quem é mais leve estar, pessoas com quem nos sentimos bem em silêncio. Olhamos para as pessoas que conhecemos há anos e sentimos que estar em silêncio não faz sentido, mas faz, faz muito.
Há desconhecidos que nos ensinam a viver de novo. Existem desconhecidos que nos ensinam a respirar de novo, ensinam-nos tantas vezes coisas sobre nós próprios que nem nós sabíamos nem nunca ninguém nos disse.
Apesar de ser aborrecido conhecer tantas pessoas vazias, supérfluas, sem muito interesse, contínuo a ser uma pessoa de pessoas porque adoro descobrir as pérolas no meio do oceano, os trevos de quatro folhas no meio do jardim, os arco-íris algures no céu...
Os momentos em que um desconhecido percebe realmente quem sou faz-me ter um bocadinho mais de fé em encontrar mais pessoas assim. Pessoas que ouvem, sentem e vêem como deve ser, não andam aqui a fingir, comunicam a sério com todos os seus sentidos. E não se esquecem, não se esquecem.
Sem comentários:
Enviar um comentário