Todas as histórias de amor nojentas...
Eu só quero falar de desencontros...
Podia agarrar as sensações mais puras, as energias mais limpas e os sorrisos mais genuínos, mas acabo sempre por me agarrar à falta de esperança, à mágoa, ao que não foi dito nem feito, ao silêncio, à distância, à impossibilidade.
Eu toda um buraco negro. Eu toda o caos.
Queria escrever um poema sobre isto, porém, é como se só o amor se encontrasse nos poemas, como se tudo o resto fosse falso, mal construído, inútil, vazio.
Não quero mentir e escrever que sei o que é o amor. Não quero falar sobre pessoas do outro sexo que posso ou não gostar. Sinto que é tudo em vão. Não quero aprofundar. Gostava que viessem todos atrás de mim, encostassem-me contra uma parede e me obrigassem a escolher. Obrigassem-me a sentir. Que me batessem, gritassem comigo, virassem-me do avesso. Por alguma razão, é esse o mundo em que me encontro, o mundo do extremo, de um pico de algo, um ferver de emoções, um grito de desespero. Encontro-me mais facilmente por aí, do que num abraço, num beijo, num carinho.
Sei o porquê, mas não, não quero continuar a analisar-me. Quero, sim, encontrar alguém que seja, talvez, mais caótico do que eu, e que, talvez, possa-me tornar útil e consiga ajudar um outro caos a aceitar-se e a viver com a loucura da vida.
AR
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