sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A música...

Era estranho como aquela música mexia comigo. Era estranho porque a música era tua.
E no entanto fazia-me quase chorar, e trazia à superfície emoções que eram tuas. 
Lembro-me de cantarmos várias vezes aquela música, lembro-me do fascínio que tu tinhas pelo rapaz que te fez fixar aquela música na tua cabeça e no teu coração. 
E cada letra, cada palavra daquela música mexia comigo ao lembrar-me desses tempos. 
Dos tempos em que me falavas das tuas coisas e eu tinha sempre uma palavra sábia para te dizer. Nos tempos em que me sentia útil e participativa na nossa amizade. Nos tempos em que ainda tínhamos uma ligação de amizade e entendimento... 
A música faz-me lembrar de ti a falares nele, de ti a suspirares por ele... 
As paixões sempre mexeram comigo... E tu eras importante e especial...
O raio da música faz-me chorar agora. E não consigo perceber se é        por ti?
por mim?
ou por nós?
?

domingo, 4 de dezembro de 2011

Sweet illusion...

Neste mundo desgraçado,
em que todos vivem armados,
é difícil sonhar,
é difícil conseguir amar...

Em crianças é nos dito,
que o mundo é um lugar feliz.
Mentiras que nos sabem bem,
a nós autênticos ignorantes,
ou falsos sábios.

Pensamos muito,
mas não conseguimos chegar à derradeira conclusão.
Talvez porque tudo o que queremos acreditar,
não existe.
Não na realidade real,
material,
aquela que se vê e que se toca.

Resguardamo-nos na realidade sonhada,
imaginada...
E logo sentimo-nos melhor.
  É uma ilusão.

Vivemos iludidos com a vida,
com o mundo,
e,
com nós próprios.

Sweet illusion they say.
Eu digo,
triste ilusão,
que faz com que sejamos,
fantoches,
bonecos,
baratas,
ratos,
bichinhos...
Triste ilusão,
que faz com que sejamos,
menos humanos.

Ou não.

Ou ser humano é isso,
e eu sou outra coisa.
Um outro ser,
um outro alguém,
um outro ninguém,
uma outra genuína e distorcida realidade.
Uma realidade invisível a todos os olhos.
Anormal.
Estranha.
Ridícula.
Estúpida.
Complicada.
Complexa.
Labiríntica.
Exigente.
Desesperante.
Mas autêntica e pura.
Minha.

E é com ela que tenho de viver/sobreviver.
Não me iludo,
nada é fácil e simples,
e o que é,
não tem valor real.
Só valor falso.
E com falsidade,
nunca me habituarei a viver,
nem que morra infeliz.
 Morrerei, ao menos, 
numa verdadeira infelicidade,
e não numa falsa felicidade.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A dor de sentir

Agora onde é que fico? 
No chão deste mundo acabado, a viver como um rato? 
Onde está o destino livre que me prometeste que teria? 
Diz-me porque é que espero eu por isto? 
Porque não dou meia volta e escolho outro sonho?  

Foi o que tu disseste que me fez ficar... 
Disseste que tudo iria mudar...
Disseste-me, com os teus olhos de uma cor transcendente e cheios de uma estranha magia, que a felicidade passa de vez em quando só temos de tentar encontrar a estação em que vai parar.
                                                                        Eu acreditei em ti...
A tua alma pareceu-me a mais pura,                     as tuas palavras as mais sinceras,                    o teu sorriso uma melodia para o meu coração... 
O teu corpo brilhava como o sol aos meus olhos e o teu cheiro falava comigo, sem palavras, que é a comunicação mais extraordinária e completa que existe...


Agora já passou algum tempo e eu fiquei na lama. 

E assim, com as mãos, a cara e a alma todas sujas ainda tenho esperança que voltes e que percebas que não encontrava a felicidade porque não te tinha a ti. 
Que não chegava até ao sonho porque era chegar à tua alma que eu queria.
Que não tinha um destino livre porque  tu... sempre me aprisionaste.
E continuas a fazê-lo. 
Longe ou perto. 
Hás-de fazer sempre parte de mim.
(In)felizmente.



sábado, 15 de outubro de 2011

Instabilidades


Há dias em que bate tudo. Em que a discussão com o vizinho nos faz chorar, a recordação de um ex-namorado nos dói como se o passado fosse presente, em que a melancolia vem ao de cima por vermos um arco-íris e não termos ninguém ao lado com quem partilhar essa visão. Em que um simples sorriso de uma criança faz-nos querer abraçá-la e um grito de um adolescente faz-nos querer gritar com ele... Há dias em que as emoções estão à flor da pele. E só gostávamos que por uma vez chegássemos ao fim do dia sabendo que não passa daquela sensibilidade extra que, por vezes, temos. Mas não, chega-se ao fim do dia com a certeza de que não é nenhuma sensibilidade extra é mesmo um vazio que tens em ti, que te faz chorar por tudo e por nada, suspirar por tudo e por nada… Viver por nada…
Chegas ao fim a perceber que a infelicidade prolongada causa isto. Estas instabilidades.

domingo, 9 de outubro de 2011

Mistura de sensações


As sensações são, por vezes, incríveis. E há dias em que acordamos cheios delas. Como hoje.

Vou à janela e até o cheiro a nada me faz lembrar mil e uma coisas diferentes. Olho para as casas lá longe num monte perto do meu e elas fazem-me lembrar todas as casas que eu nunca tive mas que sei que um dia terei. O céu enche-me de qualquer coisa que não sei descrever e sinto-me o Fernando Pessoa num dos seus dias de Bernardo Soares. (excepto que se fosse mesmo ele saberia, certamente, descrever o que sentia) No entanto, sei que não sou Bernardo Soares por uma simples razão: tenho esperança...

Hoje todas estas sensações, apesar de mortas, imaginárias e não concretas, são minhas e isso ninguém me pode tirar. É como a esperança que está envolta nestas sensações, em cada uma delas.
E o dia passa e foi só mais um dia. Mas chega a noite e todas as sensações voltam sem eu as chamar. Vou à janela e olho para a lua, quase que me cai uma lágrima no olho: memórias, porra, memórias. E vejo as luzes lá longe nos montes ao lado do meu, e todas aquelas luzes brilham de uma maneira que eu nunca as vi brilhar e olho novamente para a mesma casa e vejo as janelas dessa mesma casa e vejo as pessoas que lá vivem a andar de um lado para o outro e de repente apetece-me estar lá e dizer-lhes olá e de repente começo a imaginar coisas que já nem sei bem quais são.

Começo apenas a imaginar, a mil a hora, imagem após imagem, coisas que não fazem realmente sentido mas que fazem sentido ali, naquele momento.
Sinto-me bem mesmo assim. Turbilhão de sensações e emoções. Mas sinto-me bem.
Melhor isto que não sentir nada, que não ver nada, que não querer nada, que não imaginar e não sonhar nada.
 O nada costuma ser o meu mundo. Portanto é sempre bom ir a Marte e voltar.
E voltei. E agora Arlabunakti que vou dormir.

domingo, 28 de agosto de 2011

Short Story II




"Se alguém não gosta de ti no teu pior então, certamente, não te merece no teu melhor." Foi algo que aprendi com a Marilyn Monroe. E ela não podia ter mais razão!
Diz-me porque é que estás a fazer um esforço para esconderes os teus defeitos se, ainda por cima, nunca vi fazerem tal esforços por ti?
Perdoar e ultrapassar é uma coisa, agora perdoar, esquecer e voltar ao mesmo, é simplesmente, estúpido.
Estamos aqui para andar para a frente não para trás.

Lembra-te disso.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Observando e reflectindo

Hoje estava a andar pela areia da praia quando vi um rapaz deitado na areia a falar ao telemóvel. Até aqui tudo normal. Mas quando passei por ele, 1 hora depois, lá continuava ele deitado na areia a falar ao telemóvel sem ter tirado sequer a toalha da mala. Passaram-se mais duas horas e lá continuava ele, sozinho, a escrever no telemóvel, deitado na areia. Depois de 3 horas nisto vestiu a camisola e foi-se embora sem sequer ter pisado a água, que estava excelente.

Esta cena fez-me lembrar as pessoas que passam pela vida sem realmente a aproveitarem, esperando sempre por algo ou por alguém. Fez-me pensar que, ás vezes, as pessoas não conseguem ser livres sozinhas sentido-se demasiado sós para se sentirem livres. (Sentimo-nos muito mais livres quando estamos aprisionados a alguém que gostamos e esse alguém a nós.)

O rapaz veio à praia mas ao ver que estava sozinho não lhe apeteceu fazer nada sem ser procurar companhia. É uma daquelas muitas pessoas que passa pela vida sempre à procura de companhia para ser feliz.
Somos, basicamente, todos assim...
A única diferença é que alguns de nós ainda vivem a vida mesmo sem companhia e os outros simplesmente não conseguem...



Escrito no verão passado.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Só verdades

“Os jovens hoje vivem num presente perpétuo.”

“São incapazes de parar para pensar. (…) Há 20 anos, se lhes apresentava um problema difícil, era um desafio. Agora desistem. Ou começam a dizer hipóteses, como se fosse um concurso de televisão. A ideia que têm é que fala bem quem fala depressa, quem pensa e por isso demora um pouco mais não é bem visto. Não estão interessados. Não gostam de desafios. Não são obsessivos.”

“E, no entanto, os jovens são os menos culpados deste estado de coisas. Há as permanentes alterações do sistema de ensino – “as aulas de uma hora e meia, por exemplo, deixa-os saturados” -, as expectativas dos pais, o “bombardeamento diário com informação.” Tudo isto conduz a uma dificuldade de concentração. Ler um livro exige muito tempo, por isso lêem os resumos. “Querem tudo logo muito rápido.” Tudo o que demore “é chato, é uma seca”.

“É um erro pensar-se que as universidades vão preparar pessoas para o mercado de trabalho. O que é preciso é preparar jovens que sejam capazes de reflectir.”

“O Problema de Portugal é ter demasiada gente a fazer o que não gosta, a pensar nas férias da vida, ou na reforma da vida, para ir ser aquilo que gostaria de ter sido.”

Excertos do artigo As elites já não querem estudar letras da Revista Pública de 08.05.11

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"A maior aventura de um ser humano é viajar, e a maior viagem que alguém pode empreender é para dentro de si mesmo. E o modo mais emocionante de a realizar é lendo um livro, pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros, mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas e descobrir o que as palavras não disseram: no fundo o leitor é o autor da sua história..."

Augusto Cury

sexta-feira, 22 de abril de 2011

No tittle

Estava no fundo e como ainda só estou a sair dele não sei se fiz bem em dizer-te o que disse. Mas não quero estar a complicar quando é bastante simples: tu nunca me agarraste quando ia a fugir nem sequer demonstraste preocupação em eu já não fazer parte da tua vida.
Nunca tinha certezas contigo e assim era impossível continuar.
Disse-te o que te disse porque não estou bem e não preciso de mais lembranças de ti para ficar pior.
Sabes que comigo as coisas são sempre o que são. E neste momento existe um vazio tão grande que já nada me interessa, incrivelmente, nem tu.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A palavra de hoje é....

Aselhice - acção desastrada, desajeitada ou desadaptada ao fim proposto.


Os aselhas acabam por ser extremamente cómicos. ^^

sexta-feira, 18 de março de 2011

Holly morning


Acordo com o barulho das gaivotas como se fossem os galos aqui da "quinta".
Levanto-me e visto-me.
Olho para as horas, elas nada me dizem.


Vejo que o sol está a brilhar por entre as persianas...
A minha boca esboça um sorriso.

Como qualquer coisa, pego na minha mala e saio à rua.

O sol brilha. E como brilha...

O céu está limpíssimo, com aquele azul que só o céu sabe ter.
Azul infinito...

Reparo que o sol já vai alto...

E o meu dia só agora começou...

Fecho os olhos e fico de frente para o sol...
Assim sem mais nada quase que adormeço embalada por ele.

É uma manhã abençoada...

E
abençoada sou eu por a puder desfrutar. ^^

sábado, 5 de março de 2011

Um dia...




Entranha-se o frio por entre a pele e os ossos e é isso que me faz lembrar que ainda é inverno.

Tenho saudades de mergulhar no mar, do bem que isso me faz.

Esquece-se o frio porque a sensação de estar aqui ultrapassa qualquer coisa.

Esqueço-me que estou sozinha e já nada interessa sem ser o facto de estar aqui viva com capacidade para rir, ver, ouvir, cheirar, sentir.

Sentir...


Fujo da água como fazia quando era criança e rio ao lembrar-me disso...

Tenho os sapatos cheios de areia e apetece-me descalçar. As gaivotas voam tão serenas... as pessoas passam... E o mar, esse, murmura segredos aos meus ouvidos...

terça-feira, 1 de março de 2011

Dúvida existencial


O que fazer se o único caminho que brilha é do lado contrário àquele local onde queremos chegar?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Apeteceu-me.

Percorremos os mesmos caminhos vezes e vezes sem conta sem nada realmente humano a ser exigido de nós. Metade da nossa vida é uma farsa e a outra metade é uma confusão. Nada é certo, tudo é irregular, aprende a viver com a irregularidade e não tentes fazer da vida um jogo com um regulamento inflexível. Porque ela deve ser feita de tudo menos de inflexibilidade.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Something about love...

Pensei que já tinha passado tempo suficiente e que já tinhas saído do meu sistema quando ouvi aquela música que sempre nos caracterizou, a nós e à nossa relação estranha e intensa.

Naquele momento o meu coração abrandou como se voltássemos a alguns meses atrás e tu ainda estivesses vivo na minha realidade, presente e real.

Senti a minha cabeça a latejar e fiquei com um calor imenso de repente…

O amor não desaparece. - Foi a conclusão a que cheguei. - O amor não desaparece. Apenas se esconde nas entrelinhas da vida e, ás vezes, é superado por um amor maior ou tapado por um amor igual. Ou posto de lado quando se encontra um amor menor ou mesmo quando não se encontra amor nenhum.

O amor não é certo é mesmo assim cheio de ous e cheio de dúvidas e incertezas e medos e... – Já se percebeu a ideia.

Foi a essa conclusão que cheguei.

Espero por um amor a 100%, daqueles que aparecem sem tu perceberes o que é e como foi ali parar, daqueles que transformam, enriquecem, engrandecem e completam a vida.

Não peço menos do que isso para mim.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"Não há sonhos impossíveis."


Quando se acredita tudo ganha mais força e mais cor. O problema é quando já se deixou de acreditar...
Há vidas que acabam por ficar aquém daquilo que podiam ter sido. Os donos dessas vidas nem sempre sabem como dar a volta por cima porque em vez de olharem para o presente e para o futuro só conseguem ver o passado e são perseguidos pelas memórias, não conseguindo parar de viver por elas.


Há que escrever uma nova história, virar a página e colocar alguns pontos finais, quando não estamos bem com o que fizemos da vida e com as decisões que tomámos.
O passado não foi feito para nos martirizar, mas sim para aprendermos alguma coisa com ele e para fazermos do futuro um passado que valha a pena lembrar.

Não olhes para o passado, coloca as memórias de lado e pensa no que podes mudar AGORA para que possas ter um futuro brilhante. Acredita que ainda o podes ter, nunca é tarde porra, nunca é tarde para se ser feliz!
Não pares de acreditar na vida, ela ainda tem muito para dar. Não te fixes no que foi, fixa-te no que ainda pode ser.
O tempo somos nós que o fazemos e se achas que já perdeste muito tempo da tua vida é porque ainda não estás a aproveitar o que te resta, que se for bem aproveitado vai parecer muito mais que tudo aquilo que já passou.


Acredita e por favor não desistas de tentar ser feliz!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Filme do desassossego

Fui ver este filme há duas semanas. Para quem não sabe é baseado no Livro do desassossego de Bernardo Soares (Fernando Pessoa) e eu simplesmente adoro o livro (ainda a ler). Portanto quando soube que tinham feito um filme sobre ele tive de ir vê-lo.

Comentários:

Gostei do misticismo (se calhar não é a melhor palavra para se usar, a magia do mistério vá) que o João Botelho colocou no filme, porque realmente o livro em si quase que obriga a isso, mas ao mesmo tempo achei que o senhor João não se preocupou nem um bocadinho em chegar à população comum. Decididamente não era um filme para qualquer pessoa, tem-se de gostar de literatura, de pensar e do abstracto da vida para se gostar deste filme. E acima de tudo é preciso ter uma mente aberta o suficiente para duvidar, interrogar e maravilhar-se com pequenas/grandes verdades que estão nas entrelinhas da vida e que Bernardo Soares retrata tão bem.
Tendo lido já alguns excertos do livro consegui acompanhar o filme mas acredito que para quem nunca tivesse lido seria complicado acompanhar aquela hora e meia de filme.

Enfim, claro que como amante deste tipo de literatura não podia ter não gostado do filme porém, achei que podia estar ainda melhor e que acabou por agarrar-se demasiado à face escura e triste da mente de Bernardo Soares em vez de agarrar as ideias que ele tem sobre as pessoas e o mundo que são simplesmente admiráveis, por rara a pessoa lembrar-se de tal coisa e por ser tão verdadeiro.

No entanto, a iniciativa foi excelente e ainda bem que alguém se lembra de pegar na arte portuguesa transformando-a e divulgando-a. Obrigada João. =)

Ah e só mais um coisa, aquela cena da ópera era, na minha opinião, completamente desnecessária. (Podia ter feito uma cena melhor com excertos do Livro) Pronto é só a minha opinião.

Carpe Diem. ^^ (apeteceu-me xD)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Fingimento comum

Vieste com indirectas para cima de mim, talvez pensando que eu não te iria compreender. Mas sabes, não sou assim tão idiota como imaginas. Percebi sim, apesar de não to ter dito, percebi onde querias chegar com aquela conversa.

Mais valia não ter percebido… O que tu disseste não me fez sentir melhor, fez-me sentir pior. Fez-me sentir na lama.

Pelo menos é uma sensação que tenho apenas por alguns segundos, pelo menos isso. De seguida volta o vazio, voltam as nuvens e o ar, volta o vento e o abstracto. Volta o nada que é o meu tudo, e com isso eu sei lidar. Com isso pelo menos sei lidar e sobrevivo. E o que sinto é a pureza das almas.

A agitação que sinto quando leio estas indirectas vindas de ti ou de qualquer outro ser como tu, fazem-me sentir, simultaneamente, excitada e enojada. Por um lado eu compreendo (e realmente sinto) e gostava de poder dizer essas mesmas palavras, indirectamente, a ti. Por outro, não as digo porque soariam a falso e enojar-me-iam logo de seguida.

Por vezes, penso que o meu mal é esse, é não saber mentir e não saber fingir como toda a gente faz.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O que sei sobre os homens


Eu sei que os homens são seres humanos tal como as mulheres. Sei também que cada um é diferente de cada qual, assim como as mulheres. As diferenças não são gerais, o que distingue o Zé da Carla é totalmente o oposto que distingue a Joana do António.
Há homens que são, interiormente, muito parecidos com as mulheres e vice-versa. Logo não faz muito sentido falar de um género como se fossem um só.

Contudo todos nós sabemos que existem algumas semelhanças entre pessoas do mesmo sexo que se destacam.
Escrevendo então no geral, eu gosto de algumas características que a maior parte dos homens têm e que parece não estar nos genes da maior parte das mulheres.
Gosto da calma que transmitem, da segurança, da certeza que pensam ter das coisas. (No entanto o mais provável é acabar por ficar com um que seja o oposto disto.) Também há características que detesto, o não gostarem de perder e não aceitarem que são maus em algumas coisas. Não gosto desse tipo de homens, que desejam ser perfeitos, que têm a mania que são superiores. É uma característica que detesto nas pessoas em geral - acharem-se mais do que são.(No entanto também é provável que dê a oportunidade, a um que seja assim, de mudar.)

Existem tantos homens diferentes que acho um ultraje compara-los uns aos outros. Se comparo ofendo, se ofendo é porque acho que esse alguém não tem realmente nada que o distinga da maior parte, e isso é grave.
Tive a sorte ao longo da minha vida de conhecer homens fantásticos, muitos deles ainda se olham como adolescentes ou rapazes mas tenho a certeza que no futuro serão óptimas pessoas, porque já o são. Porém, também conheci mulheres fantásticas que ainda hoje fazem parte da minha vida.
Uma diferença entre relações com um sexo ou com o outro, é que é mais fácil ficar amiga para a vida de uma mulher do que ficar amiga de um homem. Pela simples razão que por vezes, a atracção, o amor, o ciúme, metem-se no caminho. É mais complicado ver um homem só como amigo... Mas é possível e eu já tive provas disso.

Voltando ao tópico principal:
Sei que os homens têm mais medo que as mulheres, só que elas exteriorizam o medo e eles não. Sei que, geralmente, elas são mais fortes psicologicamente que eles. E eles são, geralmente, mais fortes fisicamente, o que é um contraste engraçado. Sei que nós ligamos demasiado aos sentimentos e eles demasiado aos factos, as mulheres são muito abstractas e eles são muito concretos. Não gosto nem de uma coisa nem de outra, gosto da mistura das duas. Sei também que os homens são menos obsessivos e ligam menos aos pormenores que elas. (Thank God!)
Não concordo quando dizem que os homens são menos complexos que as mulheres, eu pessoalmente já conheci homens que tinham um labirinto na cabeça e conheço mulheres que são tão simples e transparentes que é óptimo puder conviver com elas.

Adoro a personalidade de alguns homens, assim como detesto a de outros, tal e qual o que sinto com as mulheres.
Para mim a principal diferença que há entre ambos, é que de um homem posso sentir-me atraída, pela aparência, pela maturidade, pela inteligência, pelas mulheres não consigo.
Com os homens há sempre a ideia inicial de que pode ser algo mais no futuro, com as mulheres não há tanta vontade de conhecer e de aprofundar, a não ser que prove ser uma pessoa excepcional logo de inicio.

Podia estar aqui tempos e tempos a escrever sobre o que penso que sei sobre os homens e sobre as mulheres, acho que há sempre mais alguma coisa a dizer e há sempre algo que vale a pena contar e partilhar.


Para finalizar, então: Sei que os homens (maior parte) são uns tontos que nunca deixam a criança deles morrer, infelizmente, as mulheres têm mais dificuldade em ser assim. Sei que as mulheres dão demasiada importância a tudo (sei o quanto isso é irritante). Gosto dos homens e das mulheres que não são assim, que só dão importância às coisas que realmente importam.
Sei que os homens(os bons) trazem um sossego e um "je ne se quoi" ao mundo que sem eles não existia, sei que os amo por isso. E, também, por isso tento sempre ser um pouco como eles e nunca desisto de tentar compreende-los e gosto de dar-lhes oportunidades para que me compreendam a mim.

Imitando uma secção da revista
Pública