terça-feira, 21 de junho de 2011

Observando e reflectindo

Hoje estava a andar pela areia da praia quando vi um rapaz deitado na areia a falar ao telemóvel. Até aqui tudo normal. Mas quando passei por ele, 1 hora depois, lá continuava ele deitado na areia a falar ao telemóvel sem ter tirado sequer a toalha da mala. Passaram-se mais duas horas e lá continuava ele, sozinho, a escrever no telemóvel, deitado na areia. Depois de 3 horas nisto vestiu a camisola e foi-se embora sem sequer ter pisado a água, que estava excelente.

Esta cena fez-me lembrar as pessoas que passam pela vida sem realmente a aproveitarem, esperando sempre por algo ou por alguém. Fez-me pensar que, ás vezes, as pessoas não conseguem ser livres sozinhas sentido-se demasiado sós para se sentirem livres. (Sentimo-nos muito mais livres quando estamos aprisionados a alguém que gostamos e esse alguém a nós.)

O rapaz veio à praia mas ao ver que estava sozinho não lhe apeteceu fazer nada sem ser procurar companhia. É uma daquelas muitas pessoas que passa pela vida sempre à procura de companhia para ser feliz.
Somos, basicamente, todos assim...
A única diferença é que alguns de nós ainda vivem a vida mesmo sem companhia e os outros simplesmente não conseguem...



Escrito no verão passado.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Só verdades

“Os jovens hoje vivem num presente perpétuo.”

“São incapazes de parar para pensar. (…) Há 20 anos, se lhes apresentava um problema difícil, era um desafio. Agora desistem. Ou começam a dizer hipóteses, como se fosse um concurso de televisão. A ideia que têm é que fala bem quem fala depressa, quem pensa e por isso demora um pouco mais não é bem visto. Não estão interessados. Não gostam de desafios. Não são obsessivos.”

“E, no entanto, os jovens são os menos culpados deste estado de coisas. Há as permanentes alterações do sistema de ensino – “as aulas de uma hora e meia, por exemplo, deixa-os saturados” -, as expectativas dos pais, o “bombardeamento diário com informação.” Tudo isto conduz a uma dificuldade de concentração. Ler um livro exige muito tempo, por isso lêem os resumos. “Querem tudo logo muito rápido.” Tudo o que demore “é chato, é uma seca”.

“É um erro pensar-se que as universidades vão preparar pessoas para o mercado de trabalho. O que é preciso é preparar jovens que sejam capazes de reflectir.”

“O Problema de Portugal é ter demasiada gente a fazer o que não gosta, a pensar nas férias da vida, ou na reforma da vida, para ir ser aquilo que gostaria de ter sido.”

Excertos do artigo As elites já não querem estudar letras da Revista Pública de 08.05.11

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"A maior aventura de um ser humano é viajar, e a maior viagem que alguém pode empreender é para dentro de si mesmo. E o modo mais emocionante de a realizar é lendo um livro, pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros, mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas e descobrir o que as palavras não disseram: no fundo o leitor é o autor da sua história..."

Augusto Cury