sábado, 27 de março de 2010

Não é para fazer sentido

Ao fundo havia paisagens de montanhas, paisagens de um verde lindíssimo. Eu fechava os olhos e respirava fundo. (fiz isso algumas vezes) Ouvia-se a natureza no seu estado mais puro, até o sol veio fazer-me uma visita e deixou-se ficar.
De repente senti uma presença, abri os olhos e vi-o a ele, a quem tinha andado tão incessantemente à procura nas últimas semanas. Mal o vi, abri muito os olhos e a boca de espanto e abracei-o com força...
Quando voltei a mim larguei o seu corpo alto e forte, rebaixei os olhos para o chão e pedi desculpa.
Ele ficou a olhar para mim com o seu ar de intelectual e com um sorriso na ponta dos lábios e disse-me:
- Engraçado, não te via uma pessoa emotiva.
- Ninguém o vê. (Inspirei e expirei...) A verdade está sempre naquilo que não se vê. No mistério de todas as pessoas e de todas as coisas.
- Lá isso é verdade... - Olhou para a paisagem e continuou - O que viste em mim?
- Um mundo diferente. Não melhor nem mais bonito, apenas diferente. Gosto do diferente. Porque não é igual. Gosto que não seja igual.

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