domingo, 31 de outubro de 2010

A espera

Fala comigo! Não te escondas do mundo, não te escondas de mim. Conta-me o que és, o que foste e o que gostavas de ser. Retrata-me os teus sonhos e desabafa sobre os teus pesadelos. Fala comigo!
Quero saber cada detalhe da tua essência, todos os detalhes que te fazem ser a pessoa maravilhosa que és. Conta-me a tua história e as tuas experiências, conta-me cara-a-cara o que pensas tu do mundo e o que pensas da vida.
Ri ou chora ou fica indiferente mas deixa-me ver a expressão do teu olhar, a linha dos teus lábios, o torcer do teu nariz, a ondulação do teu corpo, o levantar das sobrancelhas...
Poderias-me ensinar muito se falasses comigo. Se me mostrasses como é ser tu e me deixasses entrar nesse teu mundo que parece ser tão completo e colorido e, ao mesmo tempo, tão incompleto e sem cor.

No entanto, tu não queres saber dos meus desejos e da minha vontade e não te sentes à vontade nem para falar nem para exteriorizar o teu mundo. Não queres abrir a porta, não te apetece partilhar o que és...

E eu continuo aqui à janela a observar o teu mundo do lado de fora e a querer muito ajudar-te a ser feliz. Continuo à espera... que é o que se faz quando se ama a sério.

Espero que um dia ela abra a porta e me deixe entrar no seu mundo imenso. Se não abrir só posso ter pena e acreditar que não era eu que a faria verdadeiramente feliz.

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