segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Tento perceber-te. Vou à janela mil vezes e olho para ti. Faço um esforço para ouvir o que estás a tentar dizer-me.
Não falamos a mesma língua. Ouço o que parece ser sofrimento vindo de ti. Quero que estejas bem. Que não sofras. Mas não sei o que precisas.
 Vejo-te a olhar para a rua, não sei para onde olhas. Parece que sentes falta de algo ou de alguém, não te entendo.
Desejo tanto entender-te, falar contigo e fazer com que tudo fique bem.
Nada é assim tão fácil.
Continuas a uivar e a ladrar. Já te dei algo para comer. Já te fiz festinhas. Continuas a andar de um lado para o outro. Não sei o que se passa.
Espero que seja algo pouco importante. Não consigo entrar na tua mente. És como um bébé.
Não termos ainda aprendido a comunicar com os animais é a maior falha dos nossos tempos. Não há muita gente que queira saber. Porque somos cada vez menos alma, menos coração.
Não consigo dormir. Tu não estás bem. Eu não sei o que tens. Não consigo dormir.
O problema é que usar mais o coração é tantas vezes doloroso. E pior, raramente nos leva a algum lado. Mas não interessa, leva-nos pelo único caminho por onde vale a pena andar.
Sossegaste. Posso sossegar também.

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